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Como iniciar a alimentação complementar

O início da alimentação complementar acontece a partir dos 6 meses. Conheça as dicas da nutricionista sobre quando deve iniciar a alimentação no bebé. 

7min ler Fev 25, 2021
  • Aguarde até o bebé ter cerca de seis meses, pois o seu bebé precisará de uma boa coordenação dos olhos, das mãos e da boca. Verifique se o seu bebé consegue ficar sentado e manter a cabeça firme.
  • Quer decida começar com purés, alimentos para comer à mão (também conhecido como "desmame conduzido pelo bebé") ou uma combinação dos dois, a variedade é fundamental, para que o bebé possa receber os nutrientes necessários.
  • Ofereça-lhe uma variedade de sabores: Permita que o seu bebé experimente e aprenda diferentes sabores e, mais tarde, texturas, para o ajudar a crescer e tornar-se o tipo de criança que gosta de comer uma grande variedade de alimentos. 
  • No início, alimente o bebé com alimentos sólidos apenas uma vez por dia e aumente, gradualmente, a quantidade e a variedade de alimentos, respondendo aos sinais do bebé.
  • Como orientação de referência, comece com cerca de 5 a 10 colheres de chá de alimentos (cerca de 30 g) numa refeição. Depois, poderá aumentar para duas refeições por dia e, em seguida, até três refeições por dia.
  • Certifique-se de que o bebé não está cansado aquando da primeira alimentação — pode demorar um pouco para que se habitue à comida de colher, por isso é fundamental ser paciente.
  • O seu bebé fica com mais fome e mais alerta, pelo que é uma boa altura para experimentar novos alimentos.
  • Sente o bebé na posição vertical numa cadeira alta, sem distrações, como a televisão, telemóveis ou tablets.
  • Ajude a evitar a frustração do bebé: Especialmente nos primeiros dias de alimentação complementar, se lhe parecer que o seu bebé está com muita fome, pense em dar-lhe de mamar primeiro. Amamentar e alimentação complementar não têm de ser eventos separados. Algumas mães amamentam primeiro para que o bebé fique mais satisfeito e possa dedicar mais tempo a adaptar-se à alimentação com colher. Continue a amamentar sempre que o seu bebé der sinais de estar com fome. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que continue a amamentar até o seu bebé fazer dois anos de idade, ou mais, para garantir que ele tem todos os nutrientes, e anticorpos que reforçam a imunidade, que precisa. Caso não consiga amamentar, não se preocupe, fale com o seu profissional de saúde para uma recomendação adequada de uma fórmula infantil.   

  • Continue a amamentar a pedido mesmo durante a alimentação complementar: Entre os seis e os oito meses, a maioria dos bebés tira cerca de 70% das calorias que precisa do leite materno, e apenas 30% de alimentos complementares. Pode começar a notar que o seu bebé come bebe menos leite ou precisa de ser amamentado menos vezes, quando comparado com o que fazia nos meses antes de ter começado a dar-lhe sólidos. No entanto, a quantidade de leite que ele consome provavelmente não vai diminuir significativamente, em particular nos primeiros dias. Continue a dar de mamar ao seu bebé sempre que ele pede, de dia ou de noite. O leite materno contém anticorpos, probióticos, proteínas e HMO (oligossacarídeos do leite humano). Estes quatro ingredientes fantásticos fazem mais do que só alimentar o seu bebé, ajudam a protegê-lo contra infeções e vírus. 

  • Não lhe dê leite de vaca: Os bebés com menos de um ano de idade não devem incluir leite de vaca na sua alimentação. Isto deve-se aos teores de sal, proteína e cálcio, que são demasiado elevados para os seus sistemas digestivos em desenvolvimento. O leite materno continua a ser uma excelente fonte de nutrição e a reforçar o sistema imunitário do seu bebé. 

  • Na primeira alimentação, experimente puré de vegetais. Os dados mais recentes indicam que o desmame com vegetais ajuda a definir preferências alimentares saudáveis mais tarde. Esperemos que sim!
  • Tente introduzir um único vegetal amargo novo todos os dias durante uma semana, por exemplo, brócolos, pastinaga, beterraba ou abobrinha. Mantenha a câmara a postos — poderá captar algumas expressões engraçadas.
  • Repita este processo na segunda semana para o bebé se habituar a vegetais amargos.
  • Lembre-se de que pode levar até oito tentativas para que o bebé aceite um novo sabor, por isso não desista!
  • Mantenha um horário de alimentação afixado no frigorífico para controlar o que o seu bebé experimentou e com que frequência.
  • Experimente apenas um alimento novo de cada vez. Pode combinar sabores depois de algumas semanas, quando souber que são bem aceites.
  • Elogie o bebé quando este experimenta algum alimento novo.
  • A dieta alimentar complementar do bebé deve incluir os grupos de alimentos essenciais: frutas, vegetais, cereais e alimentos ricos em amido, laticínios, carnes, peixes e alimentos ricos em proteínas e gorduras.
  • A variedade é a chave para garantir que o bebé recebe os nutrientes certos para o crescimento e o desenvolvimento, tais como o ferro, o cálcio, a vitamina C, a vitamina A, a vitamina D e os ácidos gordos ómega 3.
  • Vegetariana ou vegana? Certifique-se de que inclui uma variedade de alimentos, como ovos, nozes ou sementes, produtos à base de soja (tofu), alimentos à base de cereais, leguminosas como feijão, ervilhas e lentilhas, para garantir que o bebé recebe todos os nutrientes necessários.
  • Se estiver a dar ao bebé uma dieta vegetariana ou vegana, ele poderá necessitar de suplementos adicionais, por isso deve procurar aconselhamento junto do seu médico.
  • Escolha alimentos ricos em ferro: O ferro é um nutriente essencial para que o cérebro do seu bebé cresça e se desenvolva saudavelmente. Como sabe, ele nasceu com reservas de ferro às quais pôde pode recorrer ao longo dos primeiros meses de vida. Mas estas começam a ficar muito em baixo por volta dos seis meses de idade e, além disso, o leite materno tem um baixo teor natural de ferro. Assim, comece com alimentos ricos em ferro, como carne moída ou cereais infantis fortificados com ferro. Uma publicação recente dedicou-se à análise da ingestão de ferro de 1100 bebés, de diversas idades. O estudo descobriu que a maioria das crianças entre os seis e nove meses de idade estavam a consumir cereais infantis, e que estes eram a principal fonte de ferro nas suas dietas. 
  • Os bebés podem comer nozes a partir dos seis meses, desde que sejam trituradas ou moídas finamente. Se o bebé tiver eczema ou tiver antecedentes de alergias na família, fale primeiro com o seu médico.      
  • Alimentos a evitar? As nozes, lichias e uvas inteiras são um perigo de asfixia — certifique-se que são picadas. Patês, mariscos crus e queijos curados com bolores ou não pasteurizados apresentam um pequeno risco de intoxicação alimentar, portanto não são adequados para bebés com menos de dois anos.
  • Seja um bom exemplo a seguir. Os bebés são curiosos, por isso, se estiver a apreciar a comida no seu prato, provavelmente ficarão com mais vontade de comer.
  • Lembre-se de que, aos 6-8 meses, dois terços das calorias do seu bebé ainda proveem do leite materno ou do leite de substituição. Assim sendo, dê prioridade à qualidade em detrimento da quantidade nos alimentos que lhe dá.
  • Torne a alimentação complementar divertida: Como sempre, deve deixar que seja o seu bebé a decidir quando está com fome, e que quantidade deve comer e beber. As refeições devem ser uma experiência agradável e positiva para os dois: evite pressionar o bebé e tente apreciar o momento. Ver aquela expressão dele quando prova um novo sabor pela primeira vez, ou começa finalmente a conseguir levar a colher à boca sozinho, são momentos especiais que vai querer guardar para sempre. Esta é a oportunidade do seu bebé de aprender os sabores de diferentes alimentos e, eventualmente, como se deve usar uma colher—aptidões que o vão acompanhar à medida que cresce. 

  • Lembrem-se dos vossos papéis: Tanto a mamã como o bebé têm um papel muito importante a desempenhar nesta fase de introdução à alimentação complementar. O seu trabalho é decidir que alimento nutritivos deve dar ao seu bebé, e quando. Escolha a maior variedade possível de alimentos saudáveis e ricos em nutrientes, e fique atenta aos sinais de fome e saciedade dele. A responsabilidade do seu bebé é decidir se quer comer e, se for esse o caso, em que quantidades. Se ambos representarem bem os vossos papéis, terá colocado o seu bebé no bom caminho para uma vida cheia de saúde e de boa comida. 

  • Apoie a saúde futura do seu bebé: “Algumas mamãs param de amamentar quando começam a fazer a alimentação complementar, porque pensam que o leite materno deixou de ter importância. No entanto, o leite da mãe continua a ser importante,” afirma Birgit Becker, Nutricionista da Nestlé Nutrition, na Suíça. “Os estudos revelam que as crianças que foram amamentadas têm tendência para gostar de mais vegetais em pequenas, e para comer mais fruta e vegetais e beber menos bebidas açucaradas à medida que crescem. Como também se estabeleceu uma ligação entre a amamentação e a manutenção de um peso saudável ao longo da infância, não faltam boas razões para continuar a amamentar, mesmo depois do seu bebé começar a alimentação complementar." 

  • Planeia dar-lhe alimentos para comer à mão? Siga a nossa lista do desmame conduzido pelo bebé.