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O meu bebé será alérgico ao leite de vaca?

Depois de tomar o seu primeiro biberão ou produto lácteo, o meu bebé sente-se mal. Parece ter alergia ao leite de vaca mas gostaria de receber mais informações. Como posso resolver o problema?

4min ler Jan 25, 2017

Que tipo de alergia ao leite de vaca tem o meu bebé?

O leite de vaca pode causar alergia à proteína do leite (que desencadeia uma reação defensiva do sistema imunitário ou até intolerância alimentar), ou intolerância ao açúcar do leite (intolerância à lactose ou alergia à lactose nos bebés e que corresponde à insuficiente secreção de lactase, a enzima que digere a lactose, no intestino).

A alergia às proteínas do leite de vaca ou APLV duplicou nos últimos dez anos (as causas são múltiplas e, segundo os especialistas, a lista é ainda demasiado confusa). Corresponde a 13% das alergias alimentares infantis e afeta aproximadamente  3% dos lactantes com menos de dois anos de idade. Em mais do 80% dos casos, este tipo de alergia desaparece entre os um e dois anos de idade  quando se impõe uma dieta de exclusão total. Para os 20% restantes a alergia será definitiva. Se o seu bebé tem alergia, a seguinte informação pode ser de utilidade.


Um diagnóstico delicado...

Como reconhecer a alergia ao leite de vaca nos bebés? Não é fácil, pois os sinais são variados e podem coincidir com muitas outras patologias.

Os três grande tipos de sintomas da alergia à proteína do leite de vaca são os seguintes:

  • Cutâneos: urticária, eczema, vermelhidão ou palidez do rosto, edema.
  • Digestivos: regurgitações, vómitos, obstipação, diarreia crónica (nos bebés lactantes), dores abdominais (em crianças novas).
  • Respiratórios (num 20-30% dos casos): tosse sibilante, asma, dificuldade em respirar.

Os sinais típicos da intolerância à lactose são diarreias agudas e irritantes, distensão abdominal, cãibras, flatulência e vómitos.

Para corroborar as suspeitas do pediatra ou do médico é preciso que um especialista realize um teste completo de alergias. Através de provas cutâneas (reação imediata) e/ou provas de contato, ou mediante provas de provocação, o especialista estuda as manifestações que se produzem na criança durante a digestão e confronta estes dados com uma análise sanguínea.


Na minha família existem casos de alergia: que importância tem este dado?

O pai ou o irmão podem ser alérgicos ao leite de vaca e o seu bebé não. No entanto, parece existir uma prevalência de alergias alimentares nas famílias que já apresentam outro tipo de alergias.

 

Qual é a alimentação apropriada no caso de existir alergia?

O diagnóstico confirmou-se: a criança tem alergia às proteínas do leite de vaca (APLV). Agora a questão é como conseguir que a alimentação do bebé seja adequada. O seu médico ou pediatra dar-lhe-ão alguns conselhos úteis mas, entretanto, aqui tem algumas pistas:

  • Em primeiro lugar, o seu leite infantil consistirá num hidrolisado de proteínas para substituir o leite que tomava anteriormente (não tem nada a ver com leite hipoalergénico). Este leite adaptado é igualmente rico e o seu bebé crescerá igualmente saudável. Se o bebé ainda mama, os produtos lácteos devem ser eliminados da alimentação da mãe, dado que uma parte das proteínas do leite de vaca permanece no leite materno.
  • Em segundo lugar, deve aprender a descodificar as etiquetas dos alimentos habituais de consumo para detetar o mínimo rasto das proteínas do leite de vaca. As denominações mais conhecidas que contêm esta proteína são: leite em pó, caseína, caseinato, beta-lactoglobulina, alfa-lactoalbumina, soro de leite... (lista não completa). Tome atenção!

E o leite de soja? Em princípio, o consumo de soja  não é aconselhável em bebés, mas recomendamos que consulte ao seu pediatra.

A alergia ao leite de vaca complicará um pouco a alimentação do seu bebé, no entanto, o alergologista e o pediatra farão um seguimento adequado durante o seu completo desenvolvimento nutricional.

 

 

Lactância contra a alergia

Os anticorpos que o leite materno contém são a melhor prevenção contra as alergias alimentares. Para que o seu efeito protetor seja pleno, a amamentação deverá idealmente manter-se durante um mínimo de quatro a seis meses.